sábado, 29 de outubro de 2022

Elon Musk assume Twitter com demissões no alto escalão

O bilionário Elon Musk assumiu a propriedade do Twitter com demissões de executivos do alto escalão, mas deu poucos detalhes sobre como alcançará as ambições que delineou para a rede social.Bilionário Elon Musk assumiu a propriedade da rede social Twitter "O pássaro foi libertado", tuitou ele, depois de concluir a aquisição de US$ 44 bilhões na quinta-feira (27), em uma referência ao logotipo do Twitter, um pássaro, e em um aparente aceno ao seu desejo de reduzir os limites de conteúdo do que pode ser postado pelos usuários. Musk, que também é presidente-executivo da fabricante de carros elétricos Tesla e autodeclarado absolutista da liberdade de expressão, no entanto, disse que quer impedir que a plataforma se torne uma câmara de eco para ódio e segregação.Outros objetivos incluem "derrotar" as contas automatizadas - contas robôs - e tornar públicos os algoritmos que determinam como o conteúdo é apresentado aos usuários. Porém, Musk não deu detalhes sobre como irá colocar em prática essas pretensões e quem vai administrar a empresa. Ele disse que planeja cortar empregos - o Twitter tem cerca de 7,5 mil funcionários - e que não comprou a companhia para ganhar mais dinheiro, mas "para tentar ajudar a humanidade, a quem eu amo". Musk demitiu o presidente-executivo do Twitter, Parag Agrawal, o diretor financeiro, Ned Segal, e o chefe de assuntos jurídicos e de políticas, Vijaya Gadde, segundo fontes. Musk acusou os executivos de enganar ele e os investidores sobre o número de contas falsas na plataforma. Agrawal e Segal estavam na sede do Twitter em São Francisco quando o negócio foi fechado e foram escoltados para fora, acrescentaram as fontes. Musk, que ainda dirige a empresa de foguetes SpaceX, planeja se tornar o presidente-executivo interino do Twitter. Ele também quer acabar com as proibições permanentes de usuários, disse a Bloomberg. Twitter, Musk e os executivos não responderam imediatamente aos pedidos de comentários. Antes de fechar o negócio, Musk entrou na sede do Twitter na quarta-feira (26) com um grande sorriso e uma pia de porcelana, conforme foto publicada na rede social, na qual escreveu "deixe escorrer". Ele mudou a descrição de seu perfil no Twitter para Chief Twit (chefe do Twitter). Musk tentou acalmar os temores dos funcionários do Twitter de que grandes demissões estão por vir e disse aos anunciantes que suas críticas anteriores às regras de moderação de conteúdo do Twitter não vão prejudicar o apelo da rede social. "O Twitter obviamente não pode se tornar um inferno livre para todos, onde qualquer coisa pode ser dita sem consequências!" disse o bilionário em uma carta aberta aos anunciantes na quinta-feira. Reguladores europeus também reiteraram alertas anteriores de que, sob a liderança de Musk, o Twitter ainda deve cumprir a Lei de Serviços Digitais da região, que impõe pesadas multas às empresas se elas não controlarem conteúdo ilegal. "Na Europa, o pássaro voará de acordo com as regras da União Europeia", tuitou Thierry Breton, comissário da indústria do bloco, na manhã de ontem. Musk indicou que vê o Twitter como uma base para a criação de um "super aplicativo" que oferece tudo, desde transferências de dinheiro a compras e caronas. Musk enfrentará um desafio para aumentar a receita "dado que as opiniões controversas de que ele parece querer dar mais liberdade são muitas vezes intragáveis ??para os anunciantes", disse Susannah Streeter, analista da Hargreaves Lansdown. As ações do Twitter encerraram as negociações ontem com alta de 0,3%, a US$ 53,86, pouco abaixo do preço acordado na transação. Os papéis foram retiradas da Bolsa de Valores de Nova York ontem. NÚMERO 44 bilhões de dólares foram pagos para aquisição do Twitter. Bilionário sugeriu mudar o nome da rede social Elon Musk concluiu, na quinta-feira, 27, a compra do Twitter depois de meses de negociação, em um acordo de US$ 44 bilhões. O bilionário, que tem falado sobre liberdade de discursos na rede social e em transformar a plataforma em uma rede mais aberta, agora pode também começar a colocar em prática um outro plano: a construção de um super app chamado X. O bilionário quer tornar o site um “aplicativo de tudo” — um super app, como são conhecidas essas plataformas. um dos exemplos que pode ser modelo é o chinês WeChat. Popular no país, a plataforma reúne características de redes sociais, mensageiro e app de banco em um só. O projeto não é novo para o bilionário. Antes de sinalizar a primeira intenção de compra do Twitter, Musk já havia comentado sobre criar sua própria rede social, alegando priorizar que seus usuários pudessem ser mais “livres” para publicar opiniões sobre conteúdos diversos. Uma das motivações do dono da Tesla para criar a rede, batizada de ‘X.com’ ficou explicita após o Twitter banir a conta do ex-presidente dos EUA Donald Trump, depois de publicações de desinformação sobre a covid-19 e pela incitação de atos no Capitólio em 6 de janeiro de 2020. Depois de publicar sua ideia para o ‘X’ no Twitter, um seguidor do bilionário perguntou se não seria mais fácil apenas criar uma rede social do zero. “(a compra do) Twitter provavelmente acelera (a construção da) X entre 3 e 5 anos, mas posso estar errado”, respondeu Musk. Pedra no caminho Um dos desafios do Twitter, hoje, é manter uma proposta de monetização para seus usuários na plataforma. Consideravelmente menor que apps como Instagram, Facebook e TikTok, o site ficou “parado no tempo” em relação ao que as empresas de tecnologia e mídia social estavam propondo aos seus usuários e influenciadores. Alguns movimentos foram feitos nos últimos anos para tentar reverter esse quadro: a adição de uma assinatura paga, o Twitter Blue, com ferramentas exclusivas, caixinhas de gorjetas, monetização de newsletter e entradas pagas para salas no Espaços, canal de conversas em áudio da plataforma. Ainda assim, os esforços ainda parecem distantes dos recursos que outras redes sociais possuem, principalmente em relação a parcerias com publicidades pagas. Esses devem ser temas enfrentados na reestruturação do Twitter. “Para Musk, a ironia é que a parte fácil deste acordo foi comprar o Twitter, a parte difícil será corrigi-lo com monetização e engajamento de assinantes, um problema de cubo mágico para o Twitter na última década”, explica Dan Ives, analista da empresa americana Wedbush. A negociação entre Musk e Twitter foi suspensa depois que o bilionário desistiu da compra da plataforma, alegando inconsistência nos dados divulgados pela companhia a respeito de contas de spam na plataforma. Segundo o Twitter, apenas 5% das contas ativas monetizáveis da rede social poderiam ser consideradas bots. O empresário alega que esse percentual era de 20%. O acordo deve livrar Musk de um julgamento perigoso para sua imagem como empresário de tecnologia. Na última semana, mensagens trocadas entre Musk e diversos empresários, incluindo o ex-presidente da plataforma, Jack Dorsey, mostraram que o dono da Tesla oferecia ajuda para transformar a rede social em “uma nova plataforma” e que a empresa deveria voltar a ter capital privado — um dos planos de Musk para o futuro da companhia. Processo O processo, movido pelo Twitter, visava forçar Musk a concluir a compra da rede social. A oferta feita por Musk pela plataforma, em abril deste ano, era de US$ 44 bilhões, ou US$ 54,20 por ação — um dos pedidos do Twitter nos documentos foi que o valor fosse mantido. Do outro lado, Musk tentava se livrar do acordo de compra e da multa rescisória de US$ 1 bilhão, que o contrato estipula que ele pague em caso de desistência do negócio. O argumento do bilionário para não receber a multa é que o Twitter não foi transparente ao informar sobre o número de contas inautênticas presentes na plataforma. O principal ponto de disputa entre as partes é a prevalência de contas falsas na plataforma. Enquanto a rede social afirmou que possui, no máximo, 5% de contas consideradas “spam”, especialistas dizem que o número de perfis do tipo podem chegar a 20% dos 229 milhões de usuários ativos mensais. A equipe de Musk pediu para que o Twitter fornecesse dados para sua própria investigação sobre o assunto, e alegou que a plataforma não ofereceu informações suficientes para concluir uma pesquisa independente. Ao final, o time responsável pela verificação afirmou que não era possível comprovar o número de contas inautênticas com base nos dados divulgados pela rede social. Musk oficializou a desistência da compra do Twitter em 8 de julho, após enviar uma carta para a empresa, assinada por seus advogados, explicando que a quebra de contrato não possibilitou que o negócio fosse adiante. Em 12 de julho, o Twitter entrou com uma ação na Corte de Delaware para processos o empresário pelo abandono da compra.

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